A Síndrome da Alienação Parental e a importância do acompanhamento psicológico
Em 2010, a lei da Alienação Parental foi sancionada no Brasil e o termo vem se tornando mais conhecido da população. Esse termo, aliás, surgiu em 1985 para denominar situações em que pais e/ou mães criam um contexto para que a criança rompa os laços afetivos com o outro genitor. Esse rompimento é estabelecido a partir do condicionamento da criança a fortes sentimentos de ansiedade e medo em relação ao genitor em questão. Situações desse tipo são muito comuns entre casais que se separam e algum dos pais (ou ambos) passam a apresentar forte sentimento de vingança em relação ao outro e se utilizam do filho(a) para atingir o antigo parceiro. O psicólogo é um agente fundamental para o desmonte desse tipo de situação, principalmente para a criança, que é quem mais sofre com essa atitude dos pais. Veja, a seguir, como o psicólogo pode tratar esse tipo de situação!
Conheça o trabalho do psicólogo
O psicólogo utiliza métodos científicos para compreender o que influencia o comportamento humano a partir do trato dos sentimentos, das ações, do aprendizado e das formas de pensamento. A partir dessa análise detalhada de cada indivíduo, o psicólogo pode propor estratégias e intervenções que ajudem o paciente a enfrentar e a superar doenças de fundo emocional. É importante compreender a diferença entre o psicólogo e o psiquiatra. O primeiro trata de doenças emocionais (que muitas vezes podem gerar sintomas físicos, como alergias, dores de cabeça, mudança de apetite, entre outros) e atua de forma a empoderar o paciente a lidar de maneira saudável com emoções e relacionamentos difíceis de serem elaborados. O segundo lida com doenças físicas de cunho mental, tratando-se de um médico especialista em diagnosticar e medicar desordens mentais.
Existem mais de 200 tipos de psicoterapias e cada uma delas se baseia em abordagens teóricas e técnicas distintas. É importante que o paciente conheça a linha terapêutica do seu psicólogo para compreender como será a sua adaptabilidade ao tratamento. Apesar da grande diversidade, existem duas linhas que são consideradas as principais: psicanálise junguiana (o psicólogo ouve os relatos do paciente e desenvolve o diagnóstico) ou lacaniana (o psicólogo ouve os relatos e também faz interferências ao longo do processo); psicoterapia cognitivo-comportamental. O objetivo da primeira linha é que o paciente tenha consciência das suas emoções reprimidas e da origem dessas, além de promover a elaboração saudável de conflitos não aceitos. Não há tempo determinado de tratamento e não há uma ordem cronológica específica para a abordadem dos fatos. Já a segunda linha trabalha com fatos específicos e o psicólogo atua de forma ativa para auxiliar o paciente a refletir sobre os seus conflitos diários e a estabelecer estratégias de resolução.
O tratamento psicológico da Alienação Parental
As crianças e os adolescentes que sofrem com a síndrome da alienação parental apresentam sentimentos e crenças negativas em relação ao genitor alvo da alienação, o que leva a atitudes inconsequentes, exageradas e inverossímeis por parte da criança. Muitas se recusam a se comunicar com tal genitor, não aceitando visitas e situações de maior intimidade relacional.
Alguns dos sintomas mais comuns entre essas crianças são: depressão, ansiedade, pânico, uso de bebidas alcoólicas e drogas, suicídio, baixa autoestima, problemas de gênero (em função da desqualificação do genitor) e dificuldade para estabelecer relacionamentos estáveis na vida adulta. É importante notar que 80% dos filhos de pais separados já sofreram algum nível de alienação parental.
A legislação brasileira prevê punições para quem comete a alienação parental, como pagamento de multas e até a perda da guarda do filho. O genitor que promove a alienação geralmente é manipulador, sedutor, apresenta baixa autoestima e dificuldade para respeitar regras, estando doente emocionalmente e também precisa de acompanhamento psicológico. É necessário que o genitor que promove a alienação consiga curar suas dores emocionais em relação ao ex-companheiro(a) e compreenda que suas atitudes afetam negativamente o desenvolvimento do seu filho. Não é possível se vingar de alguém usando o próprio filho como escudo!
Autora: Thaiana Brotto (Psicóloga CRP 06/106524)
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